A Mesoamérica e a América do Sul foram berço das civilizações Maias, Astecas e Incas que se destacaram pelos avanços tecnológicos e pelas suas práticas religiosas – não confundir com Xamanismo.
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A Civilização Maia
A civilização maia foi estabelecida na região da América Central (Sul do México, Guatemala, Belize, Honduras e El Salvador).
O período conhecido como a era Clássica Maia ocorreu entre 250 e 900 d.C. Durante este tempo, os maias alcançaram realizações impressionantes em várias áreas incluindo matemática, astronomia, arte e arquitetura.
A sociedade maia era altamente estratificada, com a realeza e a nobreza no topo, seguida pela classe de artesãos, comerciantes e camponeses.
A economia era baseada principalmente na agricultura, com o milho sendo o cultivo mais importante. Eles também eram artesãos habilidosos, produzindo belas obras de cerâmica, pedra, jade e penas.
Principais Deuses Maias
Itzamná
Itzamná era uma das divindades supremas. Ele era o deus Maia do céu, do dia e da noite. Além disso, Itzamná era considerado o inventor da escrita e do calendário, sendo o patrono da aprendizagem e do conhecimento.
Nenhuma representação de Itzamná está associada à violência ou guerra. Ele era frequentemente simbolizado como um pássaro celeste ou como um ancião terrestre que se dedicava à escrita, possuindo uma dentição incompleta ou com apenas um dente e nariz pontiagudo. Acreditava-se que as lágrimas de Itzamná eram o orvalho, que os maias coletavam para usar nas suas cerimônias religiosas
Ix Chel
Ix Chel era a deusa maia da lua, do amor, da gestação, do parto e da tecelagem. Ela era representada como uma jovem bela ou como uma velha que tecia. Ix Chel era adorada principalmente pelas mulheres, pois acreditava-se que ela poderia proporcionar um parto seguro.
Quando manifestada em seu aspecto mais temível, Ix Chel era a deusa das tempestades. Ela era simbolizada como uma idosa com uma serpente na cabeça, garras nas mãos e roupas adornadas com ossos. O seu temível poder podia provocar inundações e esse era motivo de grande temor entre os maias.
Chaac
Chaac era o deus da chuva e do trovão. Ele era muito importante para a agricultura maia, e os rituais para apaziguar Chaac eram comuns durante períodos de seca. Chaac era frequentemente representado com um nariz longo e presas, segurando um machado que simbolizava o trovão.
Kukulkan
Kukulcan, também conhecido como a Serpente Emplumada, era a versão maia do deus asteca Quetzalcoatl. Ele era representado como a serpente da guerra.
Rituais dos Maias
Os rituais religiosos eram uma parte essencial da vida cotidiana Maia. Eles realizavam cerimônias públicas até ações individuais e privadas.
Os sacerdotes maias eram os mediadores entre os humanos e os deuses, eles eram responsáveis por realizar sacrifícios, conduzir rituais e prever o futuro.
Os sacrifícios variavam desde oferendas de alimentos, animais e sacrifícios humanos – eram geralmente prisioneiros de guerra ou escravos, mas também podiam ser membros da nobreza.
Também se realizavam rituais para marcar o fim e o início de vários ciclos de tempo de acordo com o calendário Maia, como por exemplo, o ciclo anual agrícola, o ciclo de 52 anos conhecido como Calendário Redondo e a Longa Contagem.
As pirâmides e os templos maias eram os locais onde se realizavam os rituais e cerimônias. Além de serem lugares de adoração, também eram usados para atividades comunitárias e eventos sociais.
A Civilização Asteca
Os astecas, também conhecidos como mexicas, estabeleceram um império poderoso no que é hoje o México central, entre os séculos XIV e XVI.
Os astecas eram conhecidos por suas habilidades avançadas em muitas áreas, incluindo agricultura, arquitetura, artes e astronomia. A agricultura era uma parte vital da sociedade, com técnicas inovadoras de cultivo como as chinampas ou jardins flutuantes.
A sociedade era hierárquica, com uma classe governante nobre, guerreiros, sacerdotes, comerciantes e uma classe de trabalhadores e camponeses. Eles também possuíam um sistema de educação altamente desenvolvido; haviam escolas militares, religiosas e profissionais para as diversas classes sociais.
No que diz respeito à arte, esta civilização é famosa por suas esculturas de pedra, joalharia e pelos manuscritos pictóricos chamados codex.
Os astecas também possuíam um calendário e os seus sacerdotes mantinham registos detalhados de eventos astronômicos e rituais religiosos.
Um artefato associado à cultura Asteca é o Apito da Morte. Este instrumento produz sons únicos que são frequentemente descritos como aterrorizantes ou parecidos com gritos humanos. Este objeto é frequentemente ligado aos rituais e cerimônias astecas, especialmente aos rituais relacionados à morte ou ao deus da morte.
Principais Deuses Astecas
Tlaloc
Tlaloc era o deus asteca da chuva e da fertilidade. Ele era responsável por mandar a chuva para a terra para cultivar as plantações, mas também poderia enviar tempestades e relâmpagos se estivesse zangado. Os astecas muitas vezes sacrificavam crianças para o deus Tlaloc, acreditando que as suas lágrimas poderiam garantir a chuva. Tlaloc era uma divindade central ao culto agrário, mas também era temido, pois ele também era responsável por certas doenças.
Huitzilopochtli
Huitzilopochtli era o deus asteca do sol e da guerra, um dos deuses mais importantes na religião asteca. Os astecas acreditavam que Huitzilopochtli os guiou para a região onde eles finalmente estabeleceram a sua capital Tenochtitlán. Como tal, ele era frequentemente representado com armas de guerra. Muitos sacrifícios humanos eram realizados em seu nome.
Mictlantecuhtli
Mictlantecuhtli é o deus do Mictlan, o mundo subterrâneo dos mortos. O seu nome é traduzido muitas vezes como Senhor do Lugar dos Mortos.
Mictlantecuhtli é frequentemente retratado em artefatos e textos antigos como uma figura esquelética ou morta, às vezes coberta de sangue, com um crânio de caveira frequentemente adornada com coroas e ornamentos. Ele é associado com corujas, aranhas, morcegos e todos símbolos da morte e do mundo inferior.
Rituais dos Astecas
Os rituais incluíam danças, música, jejuns, auto-sacrifícios de sangue e os sacrifícios humanos em grande escala. A maioria dos rituais tinha como objetivo apaziguar os deuses e garantir a continuação do mundo.
Sacrifícios Humanos: Os sacrifícios humanos eram fundamentais na religião. Os astecas acreditavam que o sangue humano alimentava os deuses e mantinha o mundo em equilíbrio. As vítimas do sacrifício eram frequentemente prisioneiros de guerra, mas também podiam ser escravos ou membros da sociedade.
Auto-Sacrifício: Também se praticava o auto-sacrifício, geralmente envolvendo a perfuração da pele para oferecer sangue aos deuses. Isso era visto como uma forma de comunicação com os deuses.
Festivais Religiosos: Esta civilização realizava vários festivais religiosos ao longo do ano, cada festival dedicado a um deus específico.
Culto aos Mortos: Os astecas também tinham práticas específicas para honrar os mortos. Eles acreditavam que após a morte, a alma iria para um dos vários reinos, dependendo de como a pessoa morreu.
A Civilização Inca
Os Incas governaram uma vasta região que se estendia ao longo da costa ocidental da América do Sul e incluía o que é hoje o Peru, o Equador, a Bolívia e algumas regiões do Chile, Argentina e Colômbia.
A ascensão do Império Inca começou por volta do século XIII, com o estabelecimento da cidade de Cusco. Utilizando a conquista e a assimilação pacífica, os Incas expandiram o seu território e influência, criando um império que no seu auge, era o maior na América pré-colombiana.
Este Império era uma monarquia hereditária e a sociedade era dividida em várias classes sociais, com o imperador (Sapa Inca) e a nobreza no topo, seguidos por sacerdotes, artesãos, agricultores e servos.
Principais Deuses Incas
Inti
Inti era o deus do Sol e o deus supremo na religião inca. Como deus do sol, Inti era a fonte da vida. Ele era frequentemente representado com um rosto humano em um disco solar dourado e era a divindade protetora da casa real. O imperador Inc, ou Sapa Inca, era considerado descendente direto de Inti.
Pachamama
Pachamama ou Mãe Terra, era a deusa Inca da terra e da agricultura. Ela era adorada como uma deusa da fertilidade e era considerada a mãe de todos.
Viracocha
Viracocha era o deus criador e uma das divindades mais importantes do panteão Inca. Ele era responsável pela criação da terra, do céu, do sol, da lua e de todas as coisas vivas. Era muitas vezes retratado como um velho homem dos céus segurando um cajado e um jarro de água.
Rituais dos Incas
Os incas ofereciam animais, comida, bebidas e objetos preciosos aos deuses. O sacrifício humano era raro e geralmente envolvia crianças que eram consideradas mais puras e sagradas.
A religião também incluía o culto a elementos da natureza considerados sagrados, conhecidos como huacas. Os Huacas poderiam ser qualquer coisa, desde formações rochosas, rios, lagos até objetos feitos pelo homem. Além disso, as montanhas ou Apus, eram consideradas divindades poderosas e eram objetos de adoração e onde se realizavam os sacrifício.